Este trabalho investiga as etapas de criação e consolidação de um novo imaginário para o Gasômetro de São Cristóvão, situado na Zona Portuária do Rio de Janeiro, a partir do concurso internacional de arquitetura organizado no ano de 2000 para a área. Para tanto, reflete sobre a atuação de arquitetos e urbanistas que elaboraram a proposta vencedora, recuperando o ambiente acadêmico, político e profissional que alicerça o concurso, bem como o alcance do mesmo após a divulgação do resultado final. Tendo como suporte privilegiado a análise de notícias, documentos oficiais e depoimentos orais, este trabalho trata de articular as transformações observadas no Gasômetro de São Cristóvão aos distintos movimentos de modernização e crise sentidos na metrópole carioca, desde sua inauguração (1911) até o contexto de renovação urbana ora instaurado pelo projeto Porto Maravilha. Mais além, a análise busca evidenciar os limites e possibilidades do projeto urbanístico ao lidar com os desejos de preservação e/ou renovação, enquanto efeitos de um diálogo profícuo estabelecido entre arquitetos, governo e mercado.